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quarta-feira, 2 de maio de 2018

A alimentação no tratamento dos transtornos mentais

Os novos modos de vida, o ritmo acelerado da modernidade, têm contribuído para o aumento significativo de casos de ansiedade, depressão e outros transtornos mentais na população, segundo alguns especialistas. Nesse contexto, a forma como nos alimentamos pode contribuir para a incidência desses transtornos ou auxiliar na prevenção dos mesmos.

Uma dieta rica em alimentos integrais, legumes, frutas, frutos do mar, carne magra, nozes e leguminosas, fornece nutrientes essenciais à manutenção de uma saúde mental equilibrada. Isso ocorre porque, para seu perfeito funcionamento, o nosso cérebro utiliza parte da nossa ingestão total de energia e nutrientes. Sua estrutura e as funções por ela desempenhadas dependem de aminoácidos, gorduras, vitaminas e minerais. Vários estudos epidemiológicos demostraram que padrões alimentares saudáveis estão ligados à redução do risco e da prevalência da depressão e suicídio.

Não é novidade que uma alimentação saudável traz benefícios à saúde, mas estudos recentes indicam que a alimentação é fundamental, também, para nossa saúde mental. Jerome Sarris, psiquiatra da Universidade de Melbourne e integrante da Sociedade de Pesquisa Internacional em Psiquiatria Nutricional, estudou os benefícios da alimentação no tratamento de desordens psicológicas e psiquiátricas, como a depressão e o transtorno bipolar. Segundo o especialista, “Os determinantes da saúde mental são complexos, mas, cada vez mais, há evidências sobre a importância da nutrição e sua implicação na incidência de distúrbios mentais”.

Pacientes psiquiátricos também apresentam comorbidades clínicas como: obesidade, diabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, distúrbios gástricos, etc. Na maioria das vezes, estes quadros encontram-se fora de controle, pois o transtorno mental desorganiza o cotidiano do paciente, o que acaba prejudicando o tratamento. Além disso, há os efeitos colaterais advindos do uso de medicações psiquiátricas e/ ou drogas ilícitas, tais como: ganho de peso, hipoatividade, retenção hídrica, problemas hepáticos, constipação intestinas, entre outros fatores que demandam a interferência nutricional.

Nutrientes como Ômega-3, vitamina B (incluindo ácido fólico), ferro, zinco, magnésio, vitamina D, aminoácidos, entre outros, podem auxiliar em atividades neuroquímicas benéficas no manejo de transtornos mentais. Estudos clínicos apontam a utilidade desses nutrientes no tratamento de depressões, transtornos de humor ou mesmo de ansiedade. Cabe a cada um ficar atento àquilo que alimenta o seu corpo, escolhendo de maneira inteligente os alimentos que irão compor uma dieta que preserve, também, uma mente sadia.

 * Joyce Souza é nutricionista da Holiste, especializada em Saúde Mental, Estética e Obesidade.

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