quarta-feira, 20 de junho de 2018

Dieta certa traz energia e combate a indisposição

Esgotamento físico sem motivo é sinal de alerta para saúde mental

Festejos juninos chegaram ao fim e, com o Inverno, o tempo mais friozinho e a chuva, é natural uma vontade maior de ficar na cama, uma certa preguiça para encarar a academia e a indisposição para as tarefas do cotidiano. O problema é quando a desmotivação passa a impactar as atividades diárias e retira toda a disposição para se movimentar.

De acordo com a psiquiatra da Clínica Holiste e professora  da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Fabiana Nery, o cansaço e a fadiga possuem sintomas extremamente parecidos. “No entanto, quando esse esgotamento surge sem nenhuma razão aparente e permanece mesmo após o descanso, vale a pena verificar o que está por trás dessa situação”, orienta a médica.


Ela lembra que um corpo hidratado e alimentado, dificilmente estará fadigado, a menos que haja deficiência de minerais e vitaminas e um quadro de anemia. “No entanto, é importante salientar que a fadiga pode estar associada aos distúrbios psicológicos como o estresse e a depressão e, nessas situações, a falta de disposição sempre vem associada às alterações no sono, perda de apetite, falta de prazer em atividades que antes traziam satisfação, mudança de comportamento”, lembra.



Nutrientes
A ingestão de carboidratos tem papel fundamental na oferta de energia. Por isso, a nutricionista Sinara Menezes alerta: “Privar-se desse tipo de alimento ou reduzir drasticamente sua oferta pode comprometer a força necessária para desempenhar atividades diversas. Levando a situações adversas como perda de massa muscular e a consequente queda do metabolismo, situação em que o corpo reduz o ritmo das funções orgânicas a fim de preservar a energia para as funções vitais”, explica.

A deficiência de ferro pode acarretar no surgimento da anemia, que é quando a concentração de glóbulos vermelhos no sangue é reduzida drasticamente, comprometendo o transporte de oxigênio no organismo.

Falsos vilões
Rotuladas como vilãs, as gorduras também são indispensáveis, mesmo nas dietas de perda de peso. Além de serem outra fonte importante de energia para o corpo, algumas vitaminas dependem da presença de lipídeos para ser absorvidas pelo organismo.

A nutricionista Joyce Souza lembra que a alimentação precisa ser vista de modo mais responsável, uma vez que ela é fundamental para a oferta de energia para o corpo. “O cansaço e a fadiga podem ser evitados com uma dieta à base de alimentos ricos em vitaminas C, D e E, além de caboidratos complexos, como as raízes (batata doce, aipim e inhame)”, ensina Joyce, lembrando que comer a cada três horas também é um bom aliado contra a fadiga e ainda ajuda a emagrecer. “O que as pessoas realmente devem evitar são as dietas muito restritivas que só favorecem a perda de peso enquanto ela é feita, mas promovem a perda de nutrientes e de massa magra”, completa.

Ela diz ainda que uma alimentação ideal, que não vai comprometer o peso e, de quebra, ainda dará uma energia extra, prioriza alimentos complexos como os integrais, as saladas com verduras e folhosos e não abre mão de alimentos ricos em selênio e magnésio, a exemplo das castanhas, couve manteiga, brócolis, amêndoas e nozes. “É importante salientar que fibras e as frutas devem ser priorizadas, pois elas ajudam a limpar o organismo de toxinas e favorecem o funcionamento do intestino que, por sua vez, faz o trabalho de depurar as impurezas, facilitando a absorção de nutrientes”, esclarece. Quem malha não pode abrir mão das proteínas, que são elementos construtores de fibras musculares. “Vale priorizar o frango, peixe, queijo e, se possível for, vale evitar as carnes vermelhas e as leguminosas à noite”, finaliza. 

A nutricionista do Vigilantes do Peso Renata Migueis complementa ressaltando que alimentos estimulantes e termogênicos também podem ser incluídos na alimentação diária para aumentar a disposição para a prática de atividades físicas e para dar uma incrementada no gasto energético. “Café, chá verde e guaraná em pó são conhecidos estimulantes por conter cafeína. Mas atenção: existem pessoas sensíveis à cafeína que podem sofrer palpitações, insônia, azia e dor de estômago, por isso, esses alimentos e bebidas devem ser consumidos com moderação e sob orientação”, justifica, lembrando que a canela, gengibre e pimenta, por exemplo, são termogênicos que estimulam o gasto energético e podem dar uma força no processo de emagrecimento, se aliados à prática de hábitos de vida saudáveis.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Comportamento Alimentar

O comportamento alimentar tem duas principais funções: manter a quantidade de nutrientes
necessárias a nossa sobrevivência (processos fisiológicos) e o prazer que o ato de comer nos proporciona, liberando neurotransmissores (serotonina e dopamina) responsáveis pelo prazer e bem-estar. Ambas as funções só podem ser realizadas se existir motivação, ou seja, se existir impulsos internos que levam o indivíduo a realizar ajustes corporais e comportamentais (Lent, 2004).



O hipotálamo tem duas áreas que regulam a ingestão de alimentos: a região lateral e a região ventromedial. A primeira está relacionada com o centro da fome e uma lesão nessa área faz com que a pessoa não sinta fome e perda peso constantemente. Já a região ventromedial está relacionada com a saciedade e uma lesão faz com que a pessoa coma compulsivamente, nunca atingindo a saciedade. Todas as regiões do hipotálamo estão sob a influência do Sistema Límbico, e qualquer alteração nesse sistema, interfere na fome.

Por isso, quando o indivíduo encontra-se ansioso, angustiado, estressado, come compulsivamente ou simplesmente, não come (Lent, 2004).

Em caso de dúvida do que fazer, sempre procure a ajuda de um profissional.

Fonte:SOUZA, AS et. al O COMPORTAMENTO ALIMENTAR
E OS DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS

quarta-feira, 2 de maio de 2018

A alimentação no tratamento dos transtornos mentais

Os novos modos de vida, o ritmo acelerado da modernidade, têm contribuído para o aumento significativo de casos de ansiedade, depressão e outros transtornos mentais na população, segundo alguns especialistas. Nesse contexto, a forma como nos alimentamos pode contribuir para a incidência desses transtornos ou auxiliar na prevenção dos mesmos.

Uma dieta rica em alimentos integrais, legumes, frutas, frutos do mar, carne magra, nozes e leguminosas, fornece nutrientes essenciais à manutenção de uma saúde mental equilibrada. Isso ocorre porque, para seu perfeito funcionamento, o nosso cérebro utiliza parte da nossa ingestão total de energia e nutrientes. Sua estrutura e as funções por ela desempenhadas dependem de aminoácidos, gorduras, vitaminas e minerais. Vários estudos epidemiológicos demostraram que padrões alimentares saudáveis estão ligados à redução do risco e da prevalência da depressão e suicídio.

Não é novidade que uma alimentação saudável traz benefícios à saúde, mas estudos recentes indicam que a alimentação é fundamental, também, para nossa saúde mental. Jerome Sarris, psiquiatra da Universidade de Melbourne e integrante da Sociedade de Pesquisa Internacional em Psiquiatria Nutricional, estudou os benefícios da alimentação no tratamento de desordens psicológicas e psiquiátricas, como a depressão e o transtorno bipolar. Segundo o especialista, “Os determinantes da saúde mental são complexos, mas, cada vez mais, há evidências sobre a importância da nutrição e sua implicação na incidência de distúrbios mentais”.

Pacientes psiquiátricos também apresentam comorbidades clínicas como: obesidade, diabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, distúrbios gástricos, etc. Na maioria das vezes, estes quadros encontram-se fora de controle, pois o transtorno mental desorganiza o cotidiano do paciente, o que acaba prejudicando o tratamento. Além disso, há os efeitos colaterais advindos do uso de medicações psiquiátricas e/ ou drogas ilícitas, tais como: ganho de peso, hipoatividade, retenção hídrica, problemas hepáticos, constipação intestinas, entre outros fatores que demandam a interferência nutricional.

Nutrientes como Ômega-3, vitamina B (incluindo ácido fólico), ferro, zinco, magnésio, vitamina D, aminoácidos, entre outros, podem auxiliar em atividades neuroquímicas benéficas no manejo de transtornos mentais. Estudos clínicos apontam a utilidade desses nutrientes no tratamento de depressões, transtornos de humor ou mesmo de ansiedade. Cabe a cada um ficar atento àquilo que alimenta o seu corpo, escolhendo de maneira inteligente os alimentos que irão compor uma dieta que preserve, também, uma mente sadia.

 * Joyce Souza é nutricionista da Holiste, especializada em Saúde Mental, Estética e Obesidade.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

A Nutrição e os Transtornos Alimentares

O papel da Nutricionista no trabalho de recuperação de pacientes com Distúrbios Alimentares foi o tema do artigo “Espelho, Espelho meu…” de Joyce Souza, nutricionista da Holiste, publicado no Jornal A Tarde.  Leia o artigo completo abaixo.


Nossa relação com o próprio corpo é amplamente influenciada por fatores socioculturais, entre eles a moda e suas tendências. Como consequência, homens e mulheres apresentam um conjunto de preocupações e insatisfações com suas imagens corporais, levando-os a praticar exercícios, cuidar da alimentação, direcionando seus desejos e hábitos pessoais à confecção de uma aparência ideal. Muitas vezes, seguir essas tendências pode levar a pessoa a uma busca incessante, acompanhada de um sentimento de angústia sem solução.

A imagem corporal é descrita como a capacidade de representação mental que cada indivíduo tem do próprio corpo, envolvendo aspectos relacionados à estrutura (tamanho, dimensões), aparência (forma, aspecto), entre outros tantos componentes psicológicos e físicos que se auto determinam. Trata-se de uma construção multidimensional que corresponde ao modo como cada um pensa, sente e se comporta frente aos seus atributos corporais.

Nas sociedades contemporâneas essa construção nem sempre está associada à boa saúde. Isso se torna mais evidente com o atual crescimento de patologias como bulimia, anorexia ou vigorexia, onde a imagem corporal do indivíduo é percebida com uma grande distorção, causando sofrimento e prejuízos à sua vida. Podemos mesmo dizer que os transtornos alimentares e a preocupação excessiva com a imagem corporal andam de “mãos dadas”.

O papel do nutricionista é fundamental na recuperação desses pacientes. É ele quem vai estabelecer um plano dietético que forneça os nutrientes necessários para um funcionamento pleno do corpo. Uma dieta rica e balanceada pode auxiliar o equilíbrio hormonal, o metabolismo, a recuperação e estabilização de algumas funções neurológicas importantes, fatores que influenciam diretamente o comportamento. Até mesmo a atuação das medicações psiquiátricas depende de um organismo metabolicamente funcional. O nutricionista, junto ao médico, deve considerar as possíveis reações medicamentosas no momento do planejamento dietético, tentando maximizar os efeitos desejados e inibir os possíveis efeitos colaterais.

A divinização da boa forma não é uma novidade da nossa sociedade. Os gregos já cultuavam a beleza, o corpo padrão. O problema atual parece residir na velocidade com a qual os padrões mudam, aliada aos valores e cobranças propagados pela indústria da boa forma. Somente a prescrição de uma dieta adequada não garante o restabelecimento do indivíduo; é preciso abordar a raiz do problema, aquilo que desencadeia a distorção da autoimagem, através de um trabalho multidisciplinar que envolve psiquiatras, psicólogos, terapeutas, educadores físicos e nutricionistas. É um processo longo, adaptativo, no qual o nutricionista deve estar sempre atento às demandas que surgem em cada nova fase da recuperação do paciente.
Fonte: Holiste